Hoje, dia 29 de junho, dia do Papa, transcrevemos nosso artigo já publicado no mês de Março, em honra de nosso Papa.
Vale a pena ler novamente.
Pe. Marcélo Tenorio
Georges Bernanos, escrevendo sobre a Igreja dizia que Nossa Igreja é a Igreja dos Santos. E é verdade. E são tantos! Canonizados, ainda por canonizar ou que jamais serão canonizados. Mas a Igreja é, sem dúvida a Igreja dos santos. E aí está toda a sua riqueza.
Escrevia o autor citado acima: “Nossa Igreja é a Igreja dos santos. Quem dela se aproxima com desconfiança julga ver apenas portas fechados, barreiras e guichês, uma espécie de gendarmeria espiritual. Mas nossa Igreja é a Igreja dos santos.”
E ainda:
” Para ser santo, que bispo não daria seu anel, sua mitra, seu báculo; que cardeal não daria sua púrpura; que pontífice não daria sua veste branca, seus camareiros, sua guarda suíça e todo o seu aparato temporal? “
Mas “eis que todos os santos se dobraram diante do Papa e ninguém foi nada sem ele”,lembrava D. Marcos Barbosa.
São Francisco, pobre e amante da pobreza, ajoelhou-se ante a pompa de Inocêncio III. Santa Catarina de Sena vendo o papa como “doce Cristo na terra”, ajoelhada aos seus pés, implorou-lhe que voltasse para Roma,onde era o seu lugar; Joanna d´Arc apelou ao Vigário de Cristo, contra seus inimigos; Santa Teresinha do Menino Jesus, pediu a Leão XIII sua entrada no carmelo…E poderíamos citar mais, nessa ladainha de amor filial e submissão ao papa, tantos e tantos santos que, subindo no caminho da santidade, ensinaram o respeito e o zelo pela figura augusta do Santo Padre.
O caminho da santidade, passa pelo Vigário de Cristo.
“..Eis que todos os santos se dobraram diante do Papa e ninguém foi nada sem ele.”
D. Bosco, macerado pelas calúnias, incompreensões, chegando até a ser suspenso de ordens, por aquele que fora criado bispo, graças à intercessão de D. Bosco junto a Pio IX,ensinava sempre aos seus fllhos o “Viva o Papa”, e exigia-os filial adesão aos “três amores brancos”: a branca hóstia, a branca Virgem e o branco ancião do Vaticano.”
Tendo recebido a missão do papa Leão XIII, da construção da basílica do Sagrado Coração, já abatido pelos os anos e pela doença,D. Bosco percorreu, não sem dificuldades, a Europa, de trem e de outra forma, atrás de fundos para realizar a vontade do papa.
E por que não falar também dos 147 guardas suíços que, no ano 1527 resistiram até o fim aos invasores , morrendo pelo papa, enquanto que Clemente VII era retirado são e salvo para castelo de Sant´Angelo?
Os santos deram a sua vida pelo Papa, sacrificaram-se poe ele. Dar a vida pelo Papa é dar a vida por Cristo. E não se dar a vida somente morrendo, mas desgastando-se, mas consumindo-se em zelo de filial devoção.
É incompreensível que certos grupos que dizem defender a tradição da Igreja, nutra, ao mesmo tempo, pelo Vigário de Cristo um certo azedume, uma certa má vontade que no fundo nada mais é que um diabólico espírito de ruptura.
Uma coisa são os erros que um Papa possa cometer, outra é a pessoa mesma do Pontífice, na qual edifica-se a Igreja. Diferente desses grupos, agiu Santo Atanásio, mesmo claramente contra o Papa Libério, que favoreceu à heresia ariana, em nenhum momento rebelou-se contra ele, em espírito aberto de ruptura ou cisma.
Amar o papa e dar a vida por ele é próprio daqueles que buscam, veementemente a santidade.
Na época de mais um encontro de oração em Assis, acontecido no ano passado ( e que nos posicionamos respeitosamente contra o evento) (1), vimos tantas declarações, charges extremamente desrespeitosas e violentas contra o Papa e, pasmem: oriundas de círculos ligados à defesa da tradição católica. Mas que tradição é essa? O que defendem afinal? Mais atrapalham do que ajudam, mais espalham que juntam.
Aqui vale a reflexão da senhora Dra. Alice Von Hildebrand
“…Eis um dos temores que tenho em relação aos Católicos tradicionais. Algum flerte com o fanatismo. Um fanático é aquele que considera a verdade sua posse ao invés de dom de Deus. Somos servos da verdade, e é como servos que devemos procurar partilhá-la. Estou ciente de que há Católicos fanáticos que usam a Fé e a Verdade que proclamam como um instrumento intelectual. Um
a autêntica apropriação da verdade sempre leva ao esforço para a santidade. A Fé, nesta crise atual, não é um jogo de xadrez intelectual. Para aqueles que não se esforçam para a santidade, a fé se reduzirá a isso. Tais pessoas fazem mais mal à Fé, particularmente, se estes são defensores da Missa tradicional. (2)”
Vale salientar as palavras da Dra. Alice: “Uma autêntica apropriação da verdade sempre leva ao esforço para a santidade. “
E esta santidade só acontece numa alma em espírito de comunhão com a Igreja e com o Santo Padre.
Após analisar o desastroso pontificado de Paulo VI e todas as manobras funestas antes e depois do concílio, a Dra. Alice Von Hildebrand, conlui:
“Não devemos nos esquecer que estamos lutando não apenas contra carne e sangue, mas contra “poderes e principados”. Isso deveria nos provocar suficiente temor para esforçarmo-nos mais que nunca para a santidade, e orar fervorosamente para que a Santa Esposa de Cristo, que se encontra agora no Calvário, saia dessa terrível crise mais radiante que nunca. A resposta Católica é sempre a mesma: absoluta fidelidade aos santos ensinamentos da Igreja, fidelidade à Santa Sé, freqüente recepção dos Sacramentos, Rosário, leitura espiritual diária, e gratidão por termos recebido a plenitude da revelação de Deus: “Gaudete, iterum dico vobis, Gaudete”.
Umas das obrigações que os pastores de Fátima assumiram foi justamente o amor e a oração pelo Santo Padre , o Papa. Jacinta Marto, depois da visão que teve, sempre recomendava orações e sacrifícios pelo Santo Padre.
Fala-nos Jacinta:
“Não viste o Santo Padre? – Não! – Não sei como foi! Eu vi o Santo Padre em uma casa muito grande, de joelhos, diante de uma mesa, com as mãos na cara, a chorar. Fora da casa estava muita gente e uns atiravam-Ihe pedras, outros rogavam-lhe pragas e diziam-lhe muitas palavras feias. Coitadinho do Santo Padre! Temos que pedir muito por Ele….”
“…Eu, no Céu, hei-de pedir muito por ti, por o Santo Padre..”(3)
Hoje os maus filhos sabem criticar o papa e uivar documentos e mais documentos. Sabem difundir o ódio e até blasfêmia contra ele. Sabem rasgar suas vestes, como os fariseus, no templo de Jerusalém, mas não imitam os santos. Esquecem-se de fazer aquilo que foi recomendado por Nossa Senhora: oração, reparação, sacrifícios. Onde estão os jejuns, as pesadas penitências e os cilícios?…Onde está o amor filial que somos obrigados a ter pela figura do Pastor Universal? Repetem condenações ao liberalismo, mas são liberais – livres de toda autoridade! Anti- romanos e opositores a tudo que de lá procede. ”
Não se nega a crise tremenda pela qual passa a Igreja. Não se nega que estamos em tempos de grande apostasia, mas também não se deve negar a contribuição imensa que Bento XVI deu no processo de reconstrução da Fé católica, em pouco tempo de pontificado, sobretudo com seu gesto frutuoso em relação à missa de sempre.
Abriu-se o processo de beatificação de um jovem na Itália, chamado Carlo Acutis. Se divulgamos a sua vida e se colaboramos para que seja mais conhecido é, sobretudo, pela sua profunda compreensão do “sentire cum ecclesia”, apesar de sua tenra idade. Percebendo o desprestígio crescente da Igreja na Europa e o ódio contra o Papa, este jovem, sabendo que morreria vítima de uma leucemia extremamente violenta, não exitou em dizer: ” ofereço todos os sofrimentos pelos quais irei padecer pela Igreja e pelo Santo Padre!”. Que beleza! Que lição para todos nós! Oferecer nossos sofrimentos pelo Papa! Nossas dores pelo Papa! A vida pelo papa! A morte pelo Papa! Tudo pelo Papa e assim, tudo pela Igreja!
Esta é também a nossa parte. O melhor serviço que podemos prestar à Igreja: nossa santificação na comunhão. A melhor parte que não nos será tirada.
Hoje mais que nunca, digamos juntos, em honra de nosso Papa:
” Salve Santo Padre, vivas tanto ou mais que Pedro!” Feliciter! Feliciter ! Ad multos annos!
19 de março, 2012
Solenidade de S. José
Onomástico do Santo Padre.
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(3) Memórias de Ir. Lucia I, II e III